Catequese Litúrgica com Pe. Ocimar Francatto: o que é a Oração Eucarística?
Publicado em: 06/08/2020


Gostaria de usar este espaço e também a atenção de vocês para refletirmos sobre a Oração Eucarística como ápice da Eucaristia. São orações maravilhosas e que muitas vezes não damos a devida importância que têm dentro da Celebração Eucarística.

Vamos começar nossa reflexão perguntando: O QUE É A ORAÇÃO EUCARÍSTICA?

“Enquanto comiam, ele tomou um pão, abençoou, partiu e distribuiu-lhes dizendo: Tomai, isto é o meu corpo. Depois, tomou um cálice e, dando graças, deu-lhes, e todos dele beberam” (Marcos 14, 2-23). “Este cálice é a nova Aliança em meu sangue; todas as vezes que dele beberdes, fazei o em memória de mim. Pois todas as vezes que comeis deste pão e bebeis desse cálice, anunciais a morte do Senhor até que ele venha” (1 Coríntios 11, 25-26).

“Celebrando o memorial do Senhor, a Igreja, na Liturgia Eucarística, faz o mesmo que Cristo fez na última Ceia” (CNBB, Doc. 43, 286).

 

ÚLTIMA CEIA                                    LITURGIA EUCARÍSTICA

 

Ele tomou o pão... o cálice................. Preparação das oferendas

deu graças...........................................  Oração Eucarística

partiu o pão.......................................... Fração do pão

e deu....................................................  Comunhão 

 

A Oração Eucarística corresponde ao 2º gesto que Jesus fez na última ceia: “deu graças”. Por tanto, trata-se de uma oração de “ação de graças e santificação” (Instrução Geral sobre o Missal Romano, 78).

Por meio de sua recitação, que cabe ao presidente da celebração (IGMR 147), toda a assembléia se une a Cristo no louvor das maravilhas de Deus e na oferenda do sacrifício (IGMR 78).

É o centro e o ápice de toda a celebração Eucarística (IGMR 78).

No Oriente é chamada de “ANÁFORA”. Termo grego: “ana-fero”, que significa elevar. A Deus se eleva a oferenda sacrifical e também a ação de graças. No Ocidente era chamada de “CANON”, do grego “Kanon”, que significa regra, medida, norma que não pode ser mudada, após o Concílio Vaticano II é chamada de “ORAÇÃO EUCARÍSTICA”, uma oração de ação de graças e santificação que se faz na celebração Eucarística. 

Toda Oração Eucarística nos mostra o memorial do Senhor envolto em louvor e proclamação. Assim, desde o Prefácio até a Doxologia final confessamos a grandeza e a proximidade de Deus, e na confissão humilde de nossa fragilidade, aprendemos a dar prioridade às iniciativas de Deus, e não às nossas próprias forças. Em tais orações, e com mais precisão nas orientais, encontramos, quase sempre, em seus primeiros elementos, uma descrição pormenorizada das maravilhas de Deus ao longo da história da salvação, culminando com a nova aliança em Jesus Cristo. 

A Igreja latina possui 14 Orações Eucarísticas: O Canon Romano, primeira oração, que vigorou na igreja desde o século IV; as três novas (II, III e IV), que o Missal de Paulo VI colocou, em 1968, ao lado do Canon Romano; a V oração que nasceu do Congresso Eucarístico de Manaus, 1975; a VI “para diversas circunstâncias”, do Sínodo Suíço, 1972, que, com relação ao Prefácio e à primeira intercessão, comporta quatro variantes, com títulos próprios (I. A Igreja a caminho da unidade, II. Deus conduz sua Igreja pelo caminho da salvação, III. Jesus, caminho para o Pai e IV. Jesus que passa fazendo o bem. No Missal, tais orações vêm assim numeradas: VI A, VI B, VI C e VI D.) Finalmente, duas orações sobre a reconciliação (I e II), publicadas em 1975, por ocasião do Ano Santo; e três para com crianças (I, II, III), publicadas em 1975.

Estas Orações Eucarísticas encontram-se no novo Missal (Missale Romanum), segundo o espírito da reforma do Concílio Vaticano II, que foi promulgado pelo Papa Paulo VI, na Quinta-feira Santa de 1969, através da Constituição Apostólica Missale Romanum. Entre nós, depois de terem sido utilizadas várias traduções provisórias, foi finalmente publicada a versão portuguesa do Missale Romanum em 1970. Esta foi a primeira edição, modificando o Missal de Pio V, que esteve na Igreja Católica desde 1570. Em 1991, fez-se a 2ª edição típica, com pequenas modificações e o acréscimo das novas Orações Eucarísticas, pois antes só havia 04, hoje temos 14.  Em 2000, fez-se a 3ª edição típica, com pequenos acréscimos, que ainda não está na língua portuguesa, pois está em processo de tradução. Embora o Missal ainda esteja em latim, aguardando a tradução, a “Introdução Geral sobre o Missal Romano – 3ª edição”, já está em português, e será esta numeração que usamos nestas reflexões.